A pandemia provocou uma "onda de ódio e xenofobia", denunciou a ONU nesta sexta-feira (8), enquanto os países ocidentais celebram o 75º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial de forma discreta, devido ao confinamento imposto pelo coronavírus
A pandemia provocou uma "onda de ódio e xenofobia", denunciou a ONU nesta sexta-feira (8), enquanto os países ocidentais celebram o 75º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial de forma discreta, devido ao confinamento imposto pelo coronavírus.
A pandemia provocou mais de 269.000 mortes no planeta, o confinamento de metade da população mundial e paralisou a economia. Mais de quatro meses após o surgimento, na China, a COVID-19 não dá trégua e levou o governo dos Estados Unidos a acusar as autoridades de Pequim de responsabilidade e de terem criado o vírus em um laboratório de Wuhan, cidade do centro do país onde foram registrados os primeiros casos.
O governo chinês rebateu categoricamente as acusações e denunciou uma "politização" da crise de saúde, mas afirmou nesta sexta-feira que apoia a criação de uma comissão liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que avalie a "resposta mundial" ao novo coronavírus.
A revisão deverá acontecer de forma "aberta, transparente e inclusiva", disse Hua Chunying, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, denunciou que a pandemia gerou uma "onda de ódio e de xenofobia".
O discurso de ódio continua "buscando bodes expiatórios e fomentando o medo", criticou Guterres em um comunicado.
"O sentimento contra o estrangeiro aumentou na Internet e nas ruas. As teorias conspiratórias antissemitas se espalharam, e houve ataques contra muçulmanos em relação à COVID-19", acrescentou.
O chefe da ONU também condenou que se tenha "vilipendiado os migrantes e refugiados como fonte do vírus"
Guterres mencionou ainda a difusão de memes "depreciativos", que sugerem que os idosos - entre as populações mais vulneráveis ao vírus - também são os mais prescindíveis.
Com mais de 75.600 mortes, os Estados Unidos se tornaram o epicentro da doença. Em meados de abril, o país registrava mais de 3.100 mortes por dia, mas agora está em nível constante do qual não consegue reduzir os números.
Na Europa, a pandemia provocou mais de 150.000 vítimas fatais, sobretudo no Reino Unido (30.615), Itália (29.958), Espanha (26.299) e França (25.987), de acordo com um balanço da AFP com base em dados oficiais. Os números reais de óbitos e contagiados, sem dúvida, superam as estatísticas divulgadas.
Neste contexto, o mundo recorda o dia 8 de maio de 1945, que marca a rendição da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. Em consequência do coronavírus, poucos eventos públicos foram programados.
Na Alemanha, o presidente Frank-Walter Steinmeier pediu à comunidade internacional que proteja a "ordem e a paz" estabelecida desde 1945 e o aumento da "cooperação" na luta contra o novo coronavírus.
Além disso, pediu aos compatriotas que considerem o dia 8 de maio de 1945 como um dia de "gratidão" e não de amargura pela derrota.
A pandemia de COVID-19 privou os russos do grande desfile militar na Praça Vermelha de Moscou, ao qual estavam convidados líderes estrangeiros. A rainha Elizabeth II pronunciará um discurso para os britânicos, o segundo desde o início da pandemia.