Como curar as feridas dos Estados Unidos? Diante de uma semana histórica, a equipe do presidente eleito Joe Biden continuou a revelar neste domingo (17) como ele planeja tirar o país da crise econômica, social e de saúde, enquanto ocorre um novo julgamento político contra Donald Trump
Como curar as feridas dos Estados Unidos? Diante de uma semana histórica, a equipe do presidente eleito Joe Biden continuou a revelar neste domingo (17) como ele planeja tirar o país da crise econômica, social e de saúde, enquanto ocorre um novo julgamento político contra Donald Trump.
Militares nas ruas, cercas e arame farpado... Biden fará seu juramento nesta quarta-feira em uma capital dos EUA irreconhecível, transformada em um campo de batalha após o violento ataque ao Capitólio em 6 de janeiro.
O democrata focará sua cerimônia de posse no tema "Estados Unidos unido" e planeja se cercar de seus antecessores Barack Obama (2009-2017), George W. Bush (2001-2009) e Bill Clinton (1993-2001) para estender a mão a um país golpeado e dividido.
"Espero que os líderes do Senado tenham encontrado, sob uma fórmula bipartidária, uma maneira de cumprir todas as suas responsabilidades", disse Ron Klain, que será o chefe de gabinete de Biden, à CNN. "Este impeachment é uma deles... E tomar medidas contra o coronavírus é outra."
Enquanto o presidente eleito se prepara para assumir o poder em uma cidade onde há apenas duas semanas apoiadores de Trump atacaram o Congresso na tentativa de reverter a eleição, o país enfrenta uma incomum tempestade de crises sobrepostas.
Biden quer que o Congresso aprove rapidamente um enorme plano de estímulo econômico de 1,9 trilhão de dólares e tem planos para acelerar a distribuição da vacina contra a covid-19 enquanto o país se aproxima de 400 mil mortes por causa da pandemia.
Mas o julgamento de impeachment que se aproxima - o segundo contra Trump - lança uma sombra sobre o caminho de Biden.
Os líderes democratas no Congresso, Nancy Pelosi e Chuck Schumer, ainda não anunciaram quando o julgamento contra o republicano será iniciado.
"Não acho que haja uma data definida para quando Pelosi vai apresentar os artigos do impeachment", afirmou o senador democrata Dick Durbin à CNN. "Entendemos que, de acordo com a Constituição, temos a responsabilidade de agir o mais rápido possível", continuou.
Biden disse que espera que o Congresso possa lidar com essa grande distração ao mesmo tempo em que avança sua agressiva agenda.
Para aumentar a incerteza, o Partido Republicano está dividido sobre as alegações de Trump de que a eleição foi roubada, sobre a invasão do Capitólio e também sobre os futuros rumos do partido.
Uma confidente de Trump, a senadora Lindsey Graham, alertou na Fox News neste domingo que Biden pode estar tentando ir longe demais rápido demais.
"Acho que nos primeiros cem dias de governo Biden vamos ter o esforço político socializado mais agressivo da história do país", declarou ela, adicionando que "nada de bom resultará em processar o presidente Trump quando ele estiver fora do cargo".
Mas Klain reiterou a afirmação de Biden de que o Senado pode lidar com o impeachment e a nova agenda presidencial simultaneamente.
Além disso, acrescentou, o novo presidente emitirá uma onda de decretos, que não requerem aprovação do Congresso, a partir da tarde de quarta-feira.