Quebra de contrato

UPAs lotadas: visões diferentes para um mesmo tipo de problema

A Prefeitura informou ontem que as UPAs Vila Cristina e Vila Sônia atenderam, juntas, 3.843 pessoas entre os dias 1º e 5/7, sob gerência da OSS

Da Redação
07/07/2023 às 06:41.
Atualizado em 07/07/2023 às 06:41
UPA da Vila Cristina registrou intenso movimento na última segunda-feira, dia 3 (Mateus Medeiros/Gazeta de Piracicaba)

UPA da Vila Cristina registrou intenso movimento na última segunda-feira, dia 3 (Mateus Medeiros/Gazeta de Piracicaba)

Enquanto os vereadores Cássio Luiz Barbosa (PL) e Laércio Trevisan Jr. (PL) buscam o Ministério Público estadual com o intuito de suspender o contrato de gestão firmado entre a Prefeitura e a Organização Social de Saúde (OSS) Mahatma Gandhi para administrar as UPAs Vila Cristina e Vila Sônia, alegando “eventuais irregularidades e descumprimentos de obrigações contratuais”, a prefeitura pede paciência para que a empresa tenha um mínimo de tempo para se ajustar e fazer seu serviço conforme contrato.

A Prefeitura informou ontem que as UPAs Vila Cristina e Vila Sônia atenderam, juntas, 3.843 pessoas entre os dias 1º e 5/7, sob gerência da OSS. Uma média de 768 pacientes por dia. Se dividido de forma igual, dá 384 pacientes por dia para cada unidade. Uma média, por sinal, muito abaixo do que costuma circular diariamente na Vila Cristina. Isso equivale a dizer que o alvoroço da segunda-feira deve ter se diluído ao longo da semana.

A prefeitura procura atenuar o impacto, alegando que a esmagadora maioria não deveria ir à UPAs, mas sim, aos postos de saúde dos bairros, onde não há o atendimento médico imediato e a marcação de uma consulta pode demorar dias, quando não, semanas. Por isso a procura das UPAs para qualquer questão de saúde. Essa conduta tornou-se cultura difícil de reverter. 

Afirma a prefeitura: “É importante ressaltar que as UPAs realizam atendimento de urgência e emergência e destes atendimentos, apenas 38 foram de emergência, que são atendimentos imediatos (no momento em que o paciente chega à unidade), com a classificação de risco de cor vermelha, como preconizado pelo Ministério da Saúde. A maior parte dos atendimentos, classificação verde, pouco urgentes, teve tempo de espera em torno de 2 horas, seguida dos atendimentos azuis, que são os não urgentes. Para os amarelos (urgente), o tempo de espera girou em torno de 40 minutos a uma hora”.

A OSS assumiu a gerência das UPAs no dia 1<SC210,186> e, segundo a prefeitura, o processo está em fase de transição. Após essa fase, a empresa vai disponibilizar 342 profissionais para as duas UPAs, sendo eles 29 médicos e 313 funcionários das equipes multiprofissionais, além da reestruturação na recepção, com atendimento ao paciente que passou a ser de forma digital e por senha. Tornando assim mais ágil e rápido.

De acordo com os parlamentares, a espera por atendimento na Vila Sônia chegou a ser de até três horas. Eles afirmam também que os pacientes disseram ter observado médicos revezando o uso de uma mesma sala, e que presenciaram atendimentos no corredor da unidade.

“A empresa teve prazo de 1<SC210,186> de junho a 30 de junho para adequar as duas unidades de acordo com o que está estipulado no contrato de gestão, o que não foi efetuado, conforme presenciamos”, falou Trevisan Jr.

Os vereadores alegam que houve quebra de contrato por parte da empresa Mahatma Gandhi, visto que não houve a troca necessária nas unidades, desde macas, colchonetes, cadeiras, até a implantação de médicos da empresa. 

De acordo com Cássio Luiz Barbosa, há relatos de que a OSS contratada recebeu dois meses de pagamentos adiantados para a prestação dos serviços nas unidades de saúde.

“Referente aos pagamentos adiantados à empresa, caso tenha sido para que a Mahatma conseguisse contratar os profissionais de saúde, comprar os equipamentos e derivados, entre outros, não estava de acordo com o que deveria”, concluiu o vereador.

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