DESCASO NA VIA

Usuários da pista da Ceasa protocolam ações

Grupo elaborou um abaixo-assinado e pede providências ao MP

Marcelo Rocha
igpaulista@rac.com.br
27/06/2016 às 10:28.
Atualizado em 28/04/2022 às 05:12
Em vez do recapeamento, o trecho ondulado e esburacado ganhou sinalização de solo (Antonio Trivelin)

Em vez do recapeamento, o trecho ondulado e esburacado ganhou sinalização de solo (Antonio Trivelin)

Depois de gerar inúmeras reclamações de usuários, o esburacado trecho entre a SP-127 e a Central de Abastecimento (Ceasa) de Piracicaba, tecnicamente conhecido como SPA-155/308, ganhou faixa no solo e agora será alvo de reclamação no Ministério Público (MP). Um grupo de moradores e usuários da via fez um abaixo-assinado e decidiu entrar com uma representação no órgão contra a AB Colinas (concessionária que cuida da SP-127) e o Departamento de Estradas e Rodagem do Estado de São Paulo (DER). A estrada vicinal - popularmente chamada de anel viário da Ceasa - interliga as rodovias Cornélio Pires (SP-127) e a do Açúcar (SP-308). Dela, os usuários têm uma certeza: a rotatória da Ceasa é um marco que divide “dois mundos”. Da central de abstecimento para a SP-308, trecho mantido sob concessão pela Rodovias do Tietê, a situação é normal, com sinalização e pavimento em boas condições. Já entre a Ceasa e a SP-127, o cenário é caótico e perigoso. “Isso aqui é uma representação contra a AB Colinas, porque a alça de acesso (da rodovia Cornélio Pires) é responsabilidade deles. Na concessão da SP-127 está especificado que a manutenção é responsabilidade deles. Então, queremos que eles recapeiem, sinalizem e deem manutenção periódica que a lei determina”, declara José Carlos Barbosa de Souza Magazine. Segundo os reclamantes, a situação precária da pista, além de já ter causado mortes, provoca danos econômicos. “Os empresários da região, a Ceasa e os motoristas que trafegam por aqui estão tendo prejuízos por causa do descaso deles. Então, queremos que eles tomem providências”, acrescenta Magazine. A representação foi protocolada ainda ontem no Ministério Público (protocolo número 993/16), pelo advogado Guilherme Kammer. “Essa representação nada mais é do que uma denúncia pedindo que sejam feitas benfeitorias para a comunidade”, explica Kammer. “Se eles não fizerem o recapeamento, vamos solicitar a cassação da concessão por parte da empresa”, diz Magazine, que é morador da região e usa diariamente o anel viário. O empresário José Narciso Facirolli, 62 anos de idade, diz que “muita gente já morreu aqui nessa pista”. Além disso, ele observa que a estrada causa prejuízo financeiro à empresa e risco à vida de seus funcionários, clientes e fornecedores. “Quantas vezes a gente tem que escapar de caminhão que desviou de buraco e veio em cima da gente”, comenta. “Isso sem falar de pneus furados e daquela ponte (que caiu em 2015), que durante meses prejudicou o fluxo da região”, recorda. Sinalização Depois da matéria da Gazeta (publicada no dia 9 de junho, sob o título de “Orfã e esburacada”), até foi feita a pintura da faixa dupla central que divide as pistas. Mas, os buracos, a falta de acostamento, de sinalização e, consequentemente, o risco de novos acidentes permanecem iguais, conforme atestou a reportagem na tarde de ontem. O serviço de tapa-buracos, que é realizado periodicamente, já é ineficiente diante da situação caótica da estrada, que necessita ser recapeada, conforme reconheceu a AB Colinas na reportagem anterior. A concessionária, porém, diz que o trecho não é de sua responsabilidade e que “ele não faz parte do lote de concessão” e frisa que “é responsável apenas pela conserva de rotina do local”, que inclui o serviço de tapa-buraco e a poda da vegetação. Na reportagem anterior, a AB Colinas informou que “está em tratativas junto à Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) para a inclusão da reconstrução completa do pavimento no contrato de concessão”.

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