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Vacina protege mas gera dúvida sobre imunidade em Israel

A campanha de vacinação contra a covid-19 em Israel, muito avançada em relação ao resto do mundo, mostra uma redução significativa do risco de contrair formas graves da doença, mas não permite tirar conclusões sobre a imunidade coletiva

AFP
03/02/2021 às 10:11.
Atualizado em 23/03/2022 às 19:55

A campanha de vacinação contra a covid-19 em Israel, muito avançada em relação ao resto do mundo, mostra uma redução significativa do risco de contrair formas graves da doença, mas não permite tirar conclusões sobre a imunidade coletiva.

Israel dispõe de bancos de informações digitais sobre toda sua população, o que favoreceu um acordo com o grupo farmacêutico americano Pfizer: o laboratório fornece rapidamente vacinas ao país, que em troca compartilha seus dados sobre o impacto da vacinação.

Desde dezembro, o Estado hebreu vacinou cerca de 3,2 milhões de cidadãos (35% de sua população), dos quais 1,8 milhão já receberam a segunda dose, sobre um total de cinco milhões de doses aplicadas, primeiro aos idosos.

Enquanto a vacinação avança, um exército de pesquisadores analisa uma grande quantidade de dados para identificar seus primeiros efeitos com uma pergunta em mente: Como esta vacina saída de testes clínicos se comporta no mundo real?

Em um recente estudo, pesquisadores do Instituto Maccabi, que fornece cobertura médica a milhões de pessoas, concluíram que a primeira dose da vacina permitia reduzir em 51% os casos de covid-19 entre 13 e 24 dias após sua aplicação.

Compararam os dados médicos de pessoas nos primeiros 12 dias depois da vacinação, período em que a reação imunológica não é ainda conclusiva, com aquelas nos doze dias seguintes.

"Duas semanas depois da aplicação da primeira dose, constatamos uma redução significativa, mas incompleta, dos contágios", explica à AFP Gabriel Chodick, um dos pesquisadores deste estudo.

"Não questionamos a vacina, mas destacamos a importância da segunda dose", disse.

Se alguns países decidiram aplicar uma primeira dose ao maior número de pessoas de risco possível antes de passar para a segunda, Israel, que não tem problemas de entrega de vacinas em seu acordo com a Pfizer, optou por dar a segunda injeção três semanas depois conforme recomendado pelo fabricante.

Resultados preliminares sugerem uma eficácia de 92% uma semana depois da segunda dose, disse à imprensa o Instituto Maccabi, que detectou 66 casos leves que não precisaram de hospitalização sobre um total de 248.000 pessoas estudadas. Ainda não foi divulgado um estudo científico detalhado sobre esses dados.

Apesar desses resultados e de um confinamento em vigor desde o final de dezembro, o número de casos de covid-19 em Israel continua elevado.

As autoridades apontam para os judeus ultraortodoxos ou para minoria árabe que realiza grandes reuniões apesar das regras de saúde.

O governo espera diminuir o número de casos, milhares por dia atualmente, e principalmente o de hospitalizações medida em que a vacinação continua.

Se a vacina reduzir significativamente os riscos de contágio grave de covid-19 , persiste uma grande incógnita sobre a transmissão do vírus.

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