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Veterinários acusados de usar vacina canina para a covid em 75 pessoas no Chile

Dois veterinários foram acusados de administrar e entregar vacinas caninas contra o coronavírus para cerca de 75 pessoas na cidade de Calama, no norte do Chile, informou nesta terça-feira (20) a Secretaria de Saúde (Seremi) da região de Antofagasta

AFP
20/04/2021 às 20:22.
Atualizado em 22/03/2022 às 00:52

Dois veterinários foram acusados de administrar e entregar vacinas caninas contra o coronavírus para cerca de 75 pessoas na cidade de Calama, no norte do Chile, informou nesta terça-feira (20) a Secretaria de Saúde (Seremi) da região de Antofagasta.

Funcionários do Seremi realizaram uma inspeção em setembro passado em uma clínica veterinária de Calama (cerca de 1.400km ao norte de Santiago), onde os trabalhadores estavam sem máscara e garantindo que já haviam sido vacinados contra a covid pela veterinária María Fernanda Muñoz.

Muñoz foi a primeira inoculada com a vacina óctupla que é administrada a cães para protegê-los contra o coronavírus canino, uma infecção comum nesses animais.

"Isso é muito perigoso. Há estudos que dizem que os efeitos nas pessoas podem ser locais, como irritação pelos medicamentos, ou efeitos sistêmicos", explicou a secretária de Saúde da região de Antofagasta, Rossana Díaz, para o canal de notícias 24 horas.

O outro caso corresponde ao veterinário Carlos Pardo que teria feito um estudo em humanos com a vacina para cães e entregou doses a um número indeterminado de pessoas, garantindo que servia para combater o coronavírus.

Os dois casos vieram à tona nesta semana, quando a Seremi foi ao Ministério Público denunciar que os veterinários não pagaram as multas que lhes foram impostas pela aplicação de vacinas de uso veterinário em seres humanos.

O Ministério da Saúde emitiu uma resolução na qual estima-se que pelo menos 75 pessoas teriam recebido essa vacina para cães, incluindo pessoal médico e mineiro, já que na região está localizada a mina de cobre de Chuquicamata, uma das mais importantes das país.

"Basicamente, está sendo testada em seres humanos", disse Paola Carrasco, veterinária do município de Calama, a uma estação de rádio local.

Os eventos ocorreram quando as vacinas da covid-19 ainda não haviam chegado ao Chile, onde a camapanha de vacinação começou pelo pessoal médico, em 24 de dezembro. No dia 3 de fevereiro a imunização foi estendida para toda a população, graças a um programa de vacinação rápido que até hoje ultrapassa 7,7 milhões de pessoas tendo recebido pelo menos a primeira dose.

No Chile, são utilizadas vacinas da Pfizer/BioNTech e Sinovac e já chegaram mais de 15 milhões de doses. É esperada ainda a chegada das vacinas CanSino e AstraZeneca.

O coronavírus causou mais de 1,13 milhão de infecções e mais de 25.000 mortes desde a confirmação do primeiro caso, em 3 de março de 2020.

msa/apg/lda/ap/mvv

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