INTERNACIONAL

Vídeo comovente da agonia de George Floyd abre julgamento por seu assassinato nos EUA

O vídeo chocante de George Floyd agonizando sob o joelho de um policial de Minneapolis foi o foco da abertura da argumentação, nesta segunda-feira (29), no julgamento por uma morte que abalou os Estados Unidos

AFP
29/03/2021 às 22:11.
Atualizado em 22/03/2022 às 04:23

O vídeo chocante de George Floyd agonizando sob o joelho de um policial de Minneapolis foi o foco da abertura da argumentação, nesta segunda-feira (29), no julgamento por uma morte que abalou os Estados Unidos.

A promotoria buscou mostrar que o policial branco Derek Chauvin não tinha justificativa para sua ação de nove minutos que acabou asfixiando o afro-americano Floyd, que ele havia detido por uma contravenção.

A defesa de Chauvin alegou que pode provar que Floyd estava drogado, o que teria forçado os policiais a serem mais duros, e que sua morte se deve mais às drogas e a seus problemas de saúde do que à asfixia.

"Nove minutos e 29 segundos. Esse foi o tempo que durou", disse o promotor Jerry Blackwell, sobre o tempo que Chauvin manteve o joelho pressionado sobre o pescoço de Floyd.

No vídeo, o júri ouviu Floyd, algemado e com o corpo estendido de bruços na calçada, tentando recuperar o fôlego enquanto os pedestres pediam ao policial para não usar tanta força.

"Não consigo respirar", implorou Floyd, antes de desmaiar.

Com 19 anos na polícia, Chauvin é acusado de assassinato e homicídio culposo e enfrenta até 40 anos de prisão se for declarado culpado da acusação mais grave: assassinato em segundo grau. O veredicto deve sair no final de abril ou início de maio.

O vídeo da morte de Floyd, gravado e transmitido ao vivo nas redes sociais por um pedestre, gerou protestos antirracistas e confrontos pelos abusos policiais contra os negros em todo os Estados Unidos e inclusive em outros países.

O presidente Joe Biden "certamente estará observando de perto, assim como os americanos de todo o país", afirmou sua porta-voz, Jen Psaki, mencionando a "ferida" que este caso deixou no país.

Blackwell disse em sua declaração que o ex-policial de 45 anos não seguiu os procedimentos policiais e agiu de forma insensível ao continuar pressionando o corpo imóvel de Floyd contra o chão.

"O senhor Derek Chauvin traiu seu distintivo policial quando usou uma força excessiva e irracional sobre o corpo do senhor George Floyd", disse Blackwell.

"Ele colocou seus joelhos sobre o pescoço e as costas, machucando-o e esmagando-o, até que sua respiração - não, senhoras e senhores, até que a própria vida - lhe fosse arrancada", continuou.

O advogado de Chauvin, Eric Nelson, afirmou ao júri que Floyd estava sob a influência de drogas ao ser detido e resistiu à prisão.

"Derek Chauvin fez exatamente o que foi treinado a fazer", afirmou Nelson. Ele pediu ao júri para ignorar a política e os movimentos sociais que rondam o caso. "Não existe nenhuma causa política ou social nesta sala", acrescentou.

"As evidências mostrarão que Floyd morreu de arritmia cardíaca por causa da hipertensão, sua doença coronariana, a ingestão de metanfetamina e fentanil e a adrenalina que fluía em seu corpo. Tudo isso comprometeu ainda mais partes do corpo que já estavam comprometidas", argumentou.

O julgamento de Chauvin, transmitido ao vivo, se tornou o centro das atenções para o movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) e uma prova sobre o exercício da justiça no âmbito policial.

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