INTERNACIONAL

Vírus avança no mundo, enquanto população perde confiança nas autoridades

Nesta semana, pela primeira vez desde o início da pandemia de coronavírus, mais de 280.000 novos casos foram registrados no mundo nas últimas 24 horas, números que obrigam os governos a intensificarem as restrições e que também estão fazendo a população perder a confiança na gestão das autoridades

AFP
25/07/2020 às 11:49.
Atualizado em 25/03/2022 às 18:08

Nesta semana, pela primeira vez desde o início da pandemia de coronavírus, mais de 280.000 novos casos foram registrados no mundo nas últimas 24 horas, números que obrigam os governos a intensificarem as restrições e que também estão fazendo a população perder a confiança na gestão das autoridades.

Desde 1º de julho, foram registrados mais de cinco milhões de infecções, o que equivale a um terço do total de casos declarados oficialmente no mundo desde que a pandemia surgiu na China, em dezembro passado.

No total, o novo coronavírus deixou quase 640.000 mortos no mundo todo, de acordo com um balanço da AFP feito neste sábado (25), com base em números oficiais.

A resposta dos governos a esta crise de saúde está causando uma perda progressiva de confiança nas autoridades, aponta um relatório da consultoria Kekst CNC, divulgado hoje.

"Em muitos países, o apoio aos governos está caindo este mês", destaca o informe.

Segundo a pesquisa, cidadãos de França, Alemanha, Reino Unido, Japão, Suécia e Estados Unidos pensam que o número de mortes e infecções é maior do que o oficial.

O aumento de focos na Europa, que ultrapassou três milhões de infectados e 207.000 óbitos, levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a emitir um alerta na sexta-feira.

"O ressurgimento recente de casos em alguns países é realmente uma preocupação", disse uma porta-voz da OMS Europa à AFP.

"Se a situação exigir, pode ser necessário introduzir medidas mais rígidas", completou.

Nesse contexto, o Reino Unido se somou à França, Alemanha e Áustria para tornar obrigatório o uso de máscara em locais públicos e realizar mais testes de diagnóstico.

Os surtos em várias partes da Espanha - especialmente nas regiões de Aragão e da Catalunha, onde medidas de segurança já foram restabelecidas para conter a propagação - fizeram países como França e Noruega reimpuseram restrições às viagens para a península.

Ontem, a França também decidiu exigir exames testes de diagnóstico de viajantes de 16 países, incluindo Estados Unidos e Brasil, os dois mais afetados no mundo, assim como Peru, o segundo com o mais contágios na América Latina.

A Ásia também é motivo de preocupação, à medida que novas fontes de contágio estão surgindo. A Coreia do Sul registrou seu maior número de casos em quase quatro meses neste sábado, e o Vietnã detectou o primeiro contágio por transmissão local em 100 dias.

Nos Estados Unidos, onde já existem 145.546 mortes e mais de quatro milhões de infectados, 70.000 deles registrados na sexta-feira, a pandemia não recua.

Depois de passar meses minimizando seu impacto, o presidente Donald Trump admitiu, a 100 dias da eleição presidencial e em meio a desfavoráveis pesquisas de opinião sobre sua gestão da pandemia, que a situação é "preocupante".

Ainda assim, a agência federal de saúde pública do país se mostrou favorável ao retorno dos alunos às salas de aula após o verão (inverno no Brasil), uma mudança de posição adotada logo após um pedido direto da Casa Branca.

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