PROJETO CÃOPANHEIRO

Visitantes especiais alegram o Espaço Pipa e fazem a festa

Quem tem Síndrome de Down ficou feliz ao ver os amigos de quatro patas

Juliana Franco
juliana.franco@gazetadepiracicaba.com.br
20/03/2016 às 10:25.
Atualizado em 28/04/2022 às 05:35

Crianças acarinharam cerca de 10 cães que interagiram com elas, durante o Cãopanheiro (Del Rodrigues )

O pequeno Victor Cesar de Campos, de oito anos de idade, deixou o medo de lado e ficou encantando ao ver a cachorra Pandora, da raça Bernese, que faz parte do projeto Cãopanheiro. Ao lado da mãe, ele não quis saber de dar entrevista, queria apenas pentear os pelos da nova amiga de quatro patas. "O receio desapareceu. Ele ficou apaixonado pela cachorra", conta a mãe Advânia Gomes da Silva Santos. Anualmente, mãe e filho participam da ação realizada pelo Espaço Pipa em alusão ao Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado nesta segunda-feira (21). "Ainda é grande o preconceito. E o que me deixa muito triste é que ele parte dos adultos e não das crianças. É comum vivenciarmos situações em que um adulto fala ao filho que o Victor é doente, que não sabe brincar ou não tem capacidade de fazer alguma coisa", diz. Sim, quando o assunto é Síndrome de Down, o preconceito ainda é a maior barreira. Com o objetivo de desmistificar e conscientizar a população de que essas crianças com olhos puxados, corpinho mais mole e desenvolvimento mais lento podem realizar atividades rotineiras, como trabalhar e estudar, a entidade reuniu, durante a tarde deste sábado (19), mais de 60 famílias durante a 6ª edição do Triquenique. Estas assistiram a palestras, discutiram os desafios da Síndrome de Down, trocaram experiências e, ainda, compartilharam um saboroso café da tarde. "A pessoa com Síndrome de Down precisa de apoio e estímulo. Precisa que a sociedade ofereça oportunidades para que ela tenha uma vida normal", explica a coordenadora técnica do Espaço Pipa, Euclidia Fioravante. Diretora executiva da organização não-governamental Best Buddies Brasil, Roberta Cruz Lima, também participou do encontro. "Qualquer tipo de projeto que envolva deficiência intelectual precisa ser pensado e desenvolvido em parceria. Prova disto é a Best Buddies, que atua na área há 26 anos, em diferentes países da Europa, América Latina, Ásia e nos Estados Unidos. Por isso, iniciativas como estas são fundamentais", afirma. "Para que a criança com Síndrome de Down seja inserida na sociedade é fundamental que ocorra ações conjuntas entre os pais, as escolas e as empresas. Os pais precisam ensinar que eles podem levar uma vida normal, as escolas devem aceitar estas crianças no ensino regular e as empresas entender que elas são capazes de desenvolver diferentes ações. São bons profissionais como qualquer outra pessoa", acrescenta. Atividades Festeiro, Cassio Santos da Cruz, de 24 anos de idade, participou de todas as atividades. "Eu adoro festa e estar aqui, com tantas pessoas, é muito bom", conta. O amigo Claudio Aleone Arruda, de 30 anos de idade, revela que entre todas as ações realizadas na tarde de ontem, a visitado projeto Cãopanheiro foi a melhor. "Amo cachorro. Eu tenho uma labradora que chama Vitória. Ela é muito linda", diz. Além do projeto Cãopanheiro, que levou mais de 10 animais ao encontro, o Triquenique contou ainda com a apresentação das duas alunas do Centro de Reabilitação de Piracicaba, que conquistaram medalhas de ouro em ginástica rítmica nos Jogos Olímpicos Mundiais Especiais, em 2015, realizado em Los Angeles, nos Estados Unidos. Houve ainda palestra ministrada por membros da Best Buddies Brasil e de representantes da Associação Superação, que mostrou histórias de crianças com Síndrome de Down, que desenvolveram os seus talentos por meio do esporte.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por