INTERNACIONAL

'Você mudou o mundo', diz ativista durante homenagem a Floyd nos EUA

Centenas de pessoas se despediram nesta quinta-feira (4) de George Floyd, um cidadão negro, cuja morte por um policial branco que o imobilizou pressionando o joelho sobre seu pescoço em 25 de maio desencadeou um movimento de protesto que não se via há décadas nos Estados Unidos

AFP
04/06/2020 às 20:16.
Atualizado em 27/03/2022 às 21:23

Centenas de pessoas se despediram nesta quinta-feira (4) de George Floyd, um cidadão negro, cuja morte por um policial branco que o imobilizou pressionando o joelho sobre seu pescoço em 25 de maio desencadeou um movimento de protesto que não se via há décadas nos Estados Unidos.

O reverendo e veterano ativista pelos direitos civis Al Sharpton foi encarregado do discurso fúnebre. Nela, afirmou que Floyd "não morreu de uma doença comum, mas sim do mau funcionamento da justiça criminal dos Estados Unidos".

"O que aconteceu com Floyd acontece todos os dias neste país", ressaltou Sharpton. "É momento de nos colocarmos de pé e em nome de George, dizermos: tire esse joelho do meu pescoço", acrescentou, sob aplausos.

"Você mudou o mundo, George", disse o pastor batista depois da exibição de imagens da morte de Floyd, que desataram uma indignação inédita desde o assassinato do ativista negro Martin Luther King Jr. em 1968.

"Vamos continuar até mudarmos todo o sistema de justiça", afirmou Sharpton.

A cerimônia, acompanhada de música e fortemente marcada pelas restrições para conter a disseminação da COVID-19, teve momentos íntimos da família e a presença de personalidades como o reverendo Jesse Jackson, a senadora por Minnesota, Amy Klobuchar, e o prefeito de Minneapolis, Jacob Frey.

O caixão dourado com o corpo de Floyd foi colocado à frente de uma projeção que mostra um mural pintado no local onde ele morreu e onde agora foi montado um memorial improvisado com flores e mensagens.

O advogado da família, Ben Crump, prometeu "justiça" no caso, no qual são processados quatro policiais.

Crump afirma que Floyd morreu pela "pandemia do racismo e da discriminação", depois que a necropsia confirmou morte por asfixia e revelou também que tinha se infectado com o novo coronavírus.

A maioria dos presentes usava máscaras, alguns com a frase "Não consigo respirar", as últimas palavras proferidas por Floyd quando o policial branco Derek Chauvin o imobilizou pressionando o joelho contra seu pescoço por 8 minutos e 46 segundos.

Em um momento da cerimônia, os presentes fizeram silêncio durante o mesmo intervalo de tempo e quando o corpo de Floyd chegou ao local, o chefe de polícia de Minneapolis, Medaria Arradondo, apoiou um dos joelhos no chão, em sinal de respeito.

Em Nova York foi celebrada uma cerimônia simultânea, à qual assistiu um de seus irmãos, Terrence.

Os presentes exibiam cartazes com mensagens como "O silêncio dos brancos é violência" e "Façamos dos Estados Unidos algo não vergonhoso outra vez".

A onda de protestos que agita há dez dias o país se intensificou na segunda-feira, quando o presidente Donald Trump ameaçou mobilizar o Exército para restaurar a ordem, depois que protestos pacíficos durante o dia terminaram em distúrbios à noite.

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