PAULISTÃO A2

XV: o desafio do acesso

Moisés Egert sabe que a torcida vai cobrar e está frustrada pelos 3 anos ?batendo na trave?

José Ricardo Ferreira
ricardo.ferreira@gazetadepiracicaba.com.br
26/10/2020 às 21:45.
Atualizado em 24/03/2022 às 09:15

Na sua volta ao XV de Piracicaba, técnico Moisés Egert está feliz e motivado (Evandro Pellegrinotti)

O técnico Moisés Egert tem pouco tempo para remontar o XV de Piracicaba que disputará a Copa Paulista a partir do dia 4 de novembro, mas terá um prazo generoso na reestruturação da equipe para mais uma edição do Paulistão A2 do ano que vem. Chega para cumprir uma missão que nenhum treinador conseguiu desde 2017 quando o time, rebaixado no ano anterior, começou sua sina para voltar à elite. Nem técnicos e nem elenco recolocaram, desde então, o XV na Série A1. A lista de treinadores desde 2017 reúne seis nomes: Cléber Gaúcho, Ronaldo Guiaro (interino) e Vica em 2017; Fahel Júnior e Evaristo Piza em 2018; Tarcísio Pugliese (2019 e parte de 2020); Evaristo Piza (parte da primeira fase e semifinais deste ano). Quando o assunto é acesso no XV, Moisés só traz boas lembranças. Ele comandou o time no ano do acesso da A3 para a A2 em 2010. Em 2011, na A2, novo acesso para a elite em 2012. Uma vez na A1 em 2012, estreou em casa com um empate diante do Santos, no Barão da Serra Negra. Alan Kardec abriu o placar para o Peixe no primeiro tempo e André Cunha empatou para o XV no final da etapa complementar. Curiosamente, Moisés não teve tempo para mostrar serviço. A pressão por resultados o levou a perder o cargo de treinador do time que ele levou ao estrelato tão rapidamente. Após o empate por 1 a 1 diante do Santos em casa, o XV perdeu por 2 a 1 para o Botafogo em Ribeirão Preto. Na terceira rodada empatou em 2 a 2 com o Red Bull no Barão e na quarta rodada, novo empate, no ABC, com o São Caetano (1x1) e a dispensa. O experiente treinador Estevam Soares o substituiria na ocasião. Há quem diga que a diretoria da época poderia ter dado mais umas rodadas para Moisés ajeitar melhor o elenco e então ser um dos melhores do interior. Naquele ano, o time terminou a temporada perto da degola, na 16ª posição, com 18 pontos. Só se livrou porque tinha uma vitória a mais que a Portuguesa-SP (5 contra 4 da Lusa). Moisés está de volta após oito anos. Em 2021 a missão se repete: A2 para a A1. Tão complexa como tirar o time da A3 e recoloca-lo na elite, coisa que não acontecia há 16 anos naquela temporada. O jogo do acesso, no Estádio Otacília Patrício Arroyo, em Monte Azul Paulista, certamente sempre estará na memória do jovem treinador. O time já havia obtido o acesso com uma rodada de antecedência, mas o jogo contra o Monte Azul, na casa do adversário, tinha o sabor de missão cumprida e uma vitória seria a "cereja do bolo". O Alvinegro venceu por 4 a 1 com gols de Adilson (2); Rodolfo e Paulinho. Fernando descontou para os anfitriões. Naquele 24 de abril de 2011 o XV jogou contra o Monte Azul com Wanderson; Vinícius Bovi, Everton, João Paulo e Ceará; Diego Silva (Rodolfo), Glauber, André Cunha (Carlão), Ricardinho (Paulinho) e Diego Araújo; Adilson. Repetir o triunfo da volta à elite é novamente a missão de um treinador hoje mais experiente. Moisés desde quando saiu do XV rodou por vários clubes como Novorizontino, Noroeste, União Barbarense, Ferroviária, Sertãozinho, Linense, Mirasol e Marcílio Dias (SC). Tem grande experiência de três anos seguidos (2017, 2018 e 2019) na elite do futebol paulista com o Mirassol, além dos títulos da Copa Paulista com o Linense e o Noroeste. Pelo Novorizontino comandou a equipe na Série D do Campeonato Brasileiro em 2019. Além dos acessos pelo XV também levou o Mirassol à Série A1 em 2016. Antes de ser treinador, Moisés Egert foi atleta de 1995 a 2007 e chegou a atuar em Santa Catarina pela Chapecoense e também pelo XV onde foi centroavante. Motivado Moisés chegou ao XV após mais uma vez a equipe "bater na trave" na briga pelo acesso. Por três anos consecutivos o time caiu nas semifinais da A2. “São três anos batendo na trave”, reforça Moisés. Ele entende que isso trouxe um clima de frustração para o clube e para a torcida. O torcedor quer acesso e não adianta, disse Moisés, pedir paciência a ele. “Quer resultado, e futebol é assim. Estamos ciente nesse novo planejamento”, afirmou. Em relação ao retorno ao Barão, Moisés é enfático ao dizer que “como diz o ditado, o bom filho à casa torna, mas eu vou alterar esse ditado: o filho volta à boa casa”. Estou, declarou, muito feliz e motivado. “Aceitar voltar ao XV é um passo que dou sabendo aquilo que, de agora em adiante, iremos enfrentar. Estar novamente no XV é entender o que é esse clube, sua história, sua grandeza, seu peso e tradição”, disse em sua chegada no Barão da Serra Negra. O gaúcho de São Borja Laurence Moisés Camargo Egert, 43, diz que a emoção de pisar no gramado e no estádio que um dia o consagrou é indescritível. "Foi emocionante entrar novamente no vestiário e reencontrar os amigos”, disse. O acordo com Moisés é válido até o término do Paulistão A2 do ano que vem. Que seja novamente uma passagem premiada pelo acesso.

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